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Shoppings recebem menos clientes, mas faturamento cresce 20,5% em 2022

Shoppings recebem menos clientes, mas faturamento cresce 20,5% em 2022

Censo anual da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce) aponta para mudança no comportamento do consumidor. Taxa de vacância no último ano foi de 5,6%, em linha com a média histórica registrada até 2019.

O faturamento de shoppings em 2022 somou R$ 191,8 bilhões, o que representa alta de 20,5% em relação a 2021. Os dados são do censo anual da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), que espera crescimento de 14,6% para 2023.

De acordo com a entidade, a maior cifra de vendas reflete o maior tíquete médio de compras e a maior taxa de conversão, ou seja, maior fatia de visitantes que realizam compras no local, já que o fluxo de visitantes em 2022 continuou em níveis inferiores aos números pré-pandemia. Em 2022, foram 443 milhões de visitas, avanço de 12% ante os 397 milhões de 2021. Em 2019, o patamar atingiu o pico de 502 milhões.

O maior ganho de faturamento foi na região Sudeste, que somou receita de R$ 108,6 bilhões, avanço de 22% no comparativo anual. Já o menor ritmo de expansão foi no Norte, cujo faturamento cresceu 13,8%, para R$ 10 bilhões.

Ao final de 2022, foram realizadas oito inaugurações de shoppings. A rede associada da Abrasce contava com 628 shoppings, dos quais 43% estão localizados em cidades com menos de 500 mi habitantes.

Perspectivas para o setor em 2023

Para 2023, a tendência de menos clientes pelos corredores dos shoppings deve persistir. Isso porque, o perfil de frequentador de shoppings mudou, segundo avaliação do presidente da Abrasce, Glauco Humai. Conforme o executivo, os clientes vão a esses estabelecimentos com objetivos de compras específicos, e cada vez menos por mero passeio, o que explica a maior taxa de conversão.

Os estabelecimentos localizados em áreas comerciais também registraram menor fluxo de visitantes no último ano, embora a Abrasce não tenha dados com esse recorte. De acordo com Humai, o modelo de trabalho híbrido se refletiu em um menor número de visitas para almoços e happy hours durante a semana.

Para este ano, a expectativa é de que o consumo siga aquecido, apesar das incertezas fiscais e políticas que sustentam a alta taxa de juros. “O governo Lula é caracterizado pelo consumo das famílias, apesar do maior endividamento delas. Temos um otimismo com cautela”, afirma Humai.

Para 2023 estão previstos 15 novos empreendimentos, quase o dobro de 2022. Os dados do censo apontam ainda que a taxa de vacância no último ano foi de 5,6%, em linha com a média histórica registrada até 2019. A expectativa é de que o patamar fique estável em 2023. A exceção são os shoppings em operação há menos de cinco anos, que normalmente não atingem o ponto de maturação e apresentam maior vacância.

A minoria dos shoppings, 10% do total, está em expansão atualmente. A perspectiva de expansão em um futuro próximo, porém, foi citada por 26% dos estabelecimentos, enquanto 74% não pretendem expandir suas áreas.

A entidade monitora ainda o impacto do caso Americanas, embora até o momento não tenha sido identificado prejuízo relevante. De acordo com Glauco Humai, os impactos da recuperação judicial da varejista devem ser melhor visualizados em três ou quatro meses.

fonte:

https://valorinveste.globo.com/mercados/renda-variavel/empresas/noticia/2023/02/08/shoppings-recebem-menos-clientes-mas-faturamento-cresce-205percent-em-2022.ghtml

 

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